30 de dezembro de 2015

A arte de ser feliz

      Saudações, turm@ que acompanha o blog Diário Virtual de Leitura!
     Mais um ano novinho se aproxima e com ele muitos desejos e realizações são esperados, por isso nossa postagem de hoje oferece a você, nobre leitor e seguidor do blog, uma reflexão profunda sobre a arte de ser feliz. Afinal, o que é preciso para ser feliz? O que é a felicidade? 
     Para responder a essas e mais questões, o texto de Cecília Meireles (clique aqui e saiba mais sobre a escritora) nos oferece uma analogia muito singela que será capaz de prepará-lo para os votos de um ano vindouro que se aproxima. Por isso, apreciemos o texto a seguir!

A arte de ser feliz 
 
Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

25 de dezembro de 2015

23 de dezembro de 2015

A espera do Natal

     Oi, turm@ que acompanha o blog Diário Virtual de Leitura!
    Nossa preparação para o Natal está a todo vapor e não poderíamos deixar de postar um texto muito significativo da data de autoria de Carlos Drummond Andrade extraído do livro "Cadeira de Balanço". No fim do texto, o narrador levanta uma hipótese de que bem que seus sonhos poderiam ser realizados. Propomos a você, querido leitor, que também faça esse exercício de imaginação. pense qual(is) sonho(s) poderia(m) ser realizado(s)?

Organiza o Natal 
Carlos Drummond de Andrade

     Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.
     Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.
     Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.
    A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.
   A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.
    Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.
     O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.
     Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.
     A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.
     O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.
     E será Natal para sempre.
     Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.

Fonte do texto: http://www.releituras.com 

22 de dezembro de 2015

Um cordel sobre o Natal

      Saudações natalinas, turm@ que acompanha o blog Diário Virtual de Leitura!
    Após uma parada providencial para recarregar as energias e colocar em ordem a agenda de leituras, o blog volta com energia total e promete não deixar você, querido leitor, um só minuto sozinho. Esta semana se aproxima uma data muito importante em nosso calendário, trata-se do Natal.  
     O Natal é uma data em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade, a data era comemorada em várias momentos diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma Antiga, o 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno. Portanto, acredita-se que haja uma relação deste fato com a oficialização da comemoração do Natal. As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três três reis magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra e incenso) ao menino Jesus. Atualmente, as pessoas costumam montar as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após o Natal.
     Para ilustrar melhor a origem de uma das datas mais significativas de nosso calendário, assista o vídeo a seguir com texto de Euriano Sales e ilustrações: de Meg Banhos, que retrata muito bem o nascimento de Jesus Cristo. Boas festas!!! ;) 

 
fonte: https://www.youtube.com


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         Saudações turma, que acompanha o blog Diário Virtual de Leitura !          Mais um mês se inicia e com ele a esperança de que...